segunda-feira, 26 de março de 2012

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Arquitectónica palavrista

Porque as minhas palavras são apenas um delírio privado.
Eu me calo.
E no meu silêncio continente continuarei me ouvindo por dentro.
Como a catedral que absorve as ordens do maestro.
A minha orelha intestina é o barómetro da consciência critica.

Porque as palavras dos outros são um delírio colectivo.
Eu me alterno.
E na minha benevolência atinente abro o alerta externo.
Como a cacofonia que vive no paço do rei ou na escadaria da república.
Os meus altifalantes são os moderadores da discórdia.

Eu construo o meu próprio caminho usando as medidas e os materiais que obedeçam à sensibilidade dos meus pés.
Porque eu mereço um caminho aberto bordado por flores independentes e hinos autónomos.

(TA) Theófilo de Amarante

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