sábado, 14 de abril de 2012

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LONGO VENTO - JANDIRA ZANCHI



Caminhei e nas
turvas trevas
do percalço
jaziam uns versos
soníferos
enfastiados
demarcações de
mar mareado
em suas nuvens
frondosas faces
de luz.
Era
primazia primar-se
palavras desfeitas
enviadas
a um longo vento
quase escurecidas
das longas escarpas
de gelo.
Hoje gelam-se os desfavores
gritam na sina solidificada
solidão especificada
ao longo de si mesma
Tão mais ao longe a alma
tão mais atirada aos
atavios da paisagem
tão sem silêncio
tão descrente das palavras
e amaciada em sua angustia.

cuspido da nave
se abre a cauda
do cometa
ao navegar
                                                                         se desvenda

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