o poema que não fiz
despejei no coração
foi embora com a fumaça
lembro que era breve
cheirava ao perfume daquela flor que
desconheço
mas esvaiu pelos vãos de meus dedos
quando tentei extraí-lo da correnteza de
um rio
dizia das coisas pequenas
urgentes
daquelas as quais não nos damos conta
tinha o brilho sutil de uma estrela
e podia ser observado do meu telescópio
se a noite não estivesse nublada
mas a realidade dele fugia da própria
ideia
porque era efêmero
como o último segundo de cada milênio
se você o encontrar
diga que sou saudoso dele
e ainda trago-o comigo
em minhas entranhas
1 Comentário
Uma forma de lirismo , para mim, diferente da observada em outros trabalhos teus, belo e inspirador.Abraço.André
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