quarta-feira, 23 de maio de 2012

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Oráculos

Os oráculos
de meus
óculos
obsessivamente
me
observam.

Por trás de meus
óculos
residem
oráculos.

Por entre meus
ósculos
oráculos
moram.

Os oráculos
de meus
óculos,
de ósculos
obtusos,
obsessivamente
vociferam.

Por trás de meus
óculos
se escondem
oráculos.

Por entre meus
ósculos
oráculos
choram.

Se caem os óculos
oráculos somem.
Se acabam os ósculos
oráculos morrem.
Oráculos dormem
nas lentes dos óculos.
Com os dentes dos ósculos
oráculos mordem.

Por trás de meus
óculos
resistem
oráculos.

Por entre meus
ósculos
oráculos
molham.

Oráculos calam
na língua dos óculos.
Na língua dos ósculos
oráculos olham.

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