Sinto a promessa da espuma.
Embora não possa apanhá-la,
Faz-se densa como a bruma,
Como de sonhos minh’alma.
E como a nuvem no céu,
Mil formas se vão ao ar,
Faz-se tal como o papel,
Em que posso rabiscar.
A linha do pensamento,
Inconstante mensageira,
É a espuma em que experimento
A mutação mais ligeira.
E no instante perdido,
A forma perdida está.
Ah, pensamento bandido!
Por que não te aprisionar?
Entre dedos, esvaído,
Já não te posso apanhar,
Como a espuma que persigo,
Antes de o banho acabar.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
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Efemeridade
autor(a): Márcio Ibiapina
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1 Comentário
Marcio,
Seu poema conseguiu captar a efemeridade com perfeição. Parabéns!
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