sexta-feira, 17 de agosto de 2012

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poema dezasseis de "hierofania dos dedos"





(pintura de william degouve de nuncques, "child with owl" (1892)


o que do nome
a secreta condensação
da água,

o que do voo
a velha palavra
dividida em dois,

o que da voz
o rumor do fogo
na consumação do chão,

o que do verso
os signos invisíveis
na metamorfose da lágrima.

no rasto das raízes
só resta a pedra:

a cadência simples do om
soletrando deus nos
ouvidos de um menino.

Jorge Vicente

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