domingo, 19 de agosto de 2012

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VENTOS E VERMINOSES - JANDIRA ZANCHI




VENTOS E VERMINOSES

Sentei-me no terreiro 
aonde rábulas e rabinos 
examinavam a massa massiva 
risadas 
agonias e precipícios 
na alta manhã 
de ventos e verminoses. 

Espiava o dia ardente 
cheio de briga 
acendendo a apoteose 
lenta e esquiva a hoste 
por onde formigavam 
uns desdém e uns uivos 
cismados e enviesados . 

Já poupara-me das enrodilhadas 
seqüências de entraves 
suas supostas conseqüências 
mirabolantes 
evidências 
e crivos 
cravos 
clavículas 
amontoados de encaixes 
e esdrúxulos apartes 

não se supunha 
não se evidenciava 
era, ao que constava, 
uma longa e fibrosa luta, 
de seres e pareceres 
– túnel – 
funil de tempos de 
pouca tempera. 

aos mares deitei-me 
aspirei essa espuma 
agridoce e branda 
de marolas 
enfeitadas 
no sol curtido e revestido 
paz pacífica 
adormecida de fundo 
farturas crespas e findas 
quem sabe, irradiar-me.

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