sexta-feira, 26 de outubro de 2012

0

Antes do amor

vou-me embora
a porta aberta
nada resta a dor
comi aquele japonês
sem homofobia ou viadagem
por favor
até oferenda amanhecida
com o meu respeito a Iemanjá
noites mal dormidas
ou dias vívidos demais
também o oposto disso
jogos de baralho
truco sem manilhas nas mãos
a experiência que dilacera
surfar no tempo sempre a mesma taxa
sessenta minutos por hora
sete dias por semana
alguém já disse:
cem anos de solidão
outros amores incandescentes
tórridos, efêmeros, estrelas cadentes,
hipofagin, cialis e redoxon
cura para todos os males
mas não alívio aos meus
vou-me embora
a porta aberta
nada resta a dor
vejo luz através do batente
ali naquele corredor
é só um instante
dou com a mão no interruptor


Seja o primeiro a comentar: