calmaria sem suor na madrugada lisa que avança, quase
esquecida,
com pequenos
sustenidos -- brandos e mancos –
documentados
e arranjados
de todos os passantes dos dias de feira e beira
assados e
criados no sol dos dias céleres e vivos
rodopiando
vidas horários engrenagens
cá e lá um
sorriso e namorados se esquentando no parque
e na praça
nos bancos de vadiagem
quase sem
olhos tantos se esgueiraram entre margens e fados deixando
pequenas conchas
de favores - nem sequer pedidos - aos ares e
fumaças do
correr do dia vida e rotina ventos e tenazes
enquanto na
fila dos desempregados mãos estreitavam cabeças e
alguns olhos
– aí sim – expressivos e latentes súplicas perdidas
ardidas
temidas encolhidas submetidas
sem a lira
leve frouxa dos desatinados que colhiam às 13:00 desse sábado
as sobras
distribuídas das frutas e favas da feira no átrio
desejos e
palavras e vantagens de alguns sonhos que mirei
se ainda
fosse possível colher novidades e milagres
mas, parece
que é bento e suave o nascimento
e se
vertigem é a alma e a necessidade e o
perfil e o estado
correm
pétalas e o líquido e alguma santidade.
2 comentários
Jandira,
Gostei Muito de Seu Poema!
Especialmente do trecho destacado abaixo:
quase sem olhos tantos se esgueiraram entre margens e fados deixando
pequenas conchas de favores - nem sequer pedidos - aos ares e
fumaças do correr do dia vida e rotina ventos e tenazes
enquanto na fila dos desempregados mãos estreitavam cabeças e
alguns olhos – aí sim – expressivos e latentes súplicas perdidas
ardidas temidas encolhidas submetidas
sem a lira leve frouxa dos desatinados que colhiam às 13:00 desse sábado
as sobras distribuídas das frutas e favas da feira no átrio
Um Beijo! Jorge
)brigadaa, querido, você é sempre muito gentil, além de muito talentoso, é claro!Beijo também.
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