sexta-feira, 24 de maio de 2013

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MEIA NOITE

Se ninguém é
não há a morte
           o corpo inexiste
       no que a lembrança
       mente ao filho

não está em qualquer lugar
dos registros vazios das celas

o filho some
           no mundo que é
           criança brincando
com crescidos meninos
em horas piores

nada dizem sobre o passado
fechada cortina
                   atrás
                   escondidas faces
malvadas
caricatas
metamorfoseadas
              no que se calam

o estampido ao longe
                    o corpo carregado
                    no meio da noite.

(Pedro Du Bois, inédito)

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