Sereias desencantadas
avisam do perigo e do final da aula
o recreio conta corpos em encontros
fortuitos de programadas voltas
- aonde um vai
o outro retorna
passos absorvidos
em flagrante revisto
o passado retorna sereias estridentes
de pescadores iludidos em pedras
o mar revolta o sentido original do corpo
antes desdobre o carinho do útero fertilizado
serenatas abrandam formas de ouvir
o canto das entregas em livros de palavreado
estéril no repetir mesmas letras na recriação
distinguir uivos entre lobos no pouco ouvir
gritos apaixonados de quem se arrebenta
contra o muro central da discórdia
o mar revolve águas que nele transbordam
sereias cantam desbaratadas aos pescadores
que não retornam e da praia acenam bandeiras
acordos descumpridos no final da aula
revelam distintos caminhos de regresso.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
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SIRENES
autor(a): Pedro Du Bois
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