sábado, 5 de agosto de 2017

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CALVA - JANDIRA ZANCHI

Ilustração: Remedios Varo

recreando nos teclados uma sinfonia, um pouco surda, ao longe
se alongavam de fanfarras... iluminação
veemente sol dos trilhos e bandas nessas marginais de pouca monta
mesclado o terreno
da aparição

furiosos os momentos e sua
 secura
propensos
a palatáveis
vexames
virulentos

a varicela, ainda branda, emergida em seu sânscrito no jardim de uma primavera
caudaloso canto de efêmeros pingentes, colar amoldado ao sorriso em flor

arrebatado verso
e previsão... estrela alva , caminhante,ao longe teus rugidos
nessa malha de fogo são indiferentes
só admiramos o azul de madrepérola fresca de tuas manhãs
e tardes beijadas na noite (noite néscia de nossos desejos, suspensa entre
os goles e os fortes e as cirandas e suas sinas semáforos seqüestrados de deus)

estrela calva, aonde estivestes?
foram seguidos dias de suspensão e matéria e material malquerido e não amado

um suspense....

anedota banalizada as nossas vidas violáceas cruas de suas preces

piano ao fundo fundindo-se de paixão e silêncio

sequencias bravias bravatas frias
...................sem bênçãos

acenos e editais, o vapor consumia
devorador diletante,assíduo, mordaz.

JANDIRA ZANCHI

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