quarta-feira, 27 de setembro de 2017

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PARCEIRA DO TEMPO



“O que a memória a ama, fica eterno. Te amo como memória, imperecível.”
(Adélia Prado)

Homenagear a dona de casa é dizer da heroína trabalhadora e parceira do tempo. Não quero apenas jogar confetes, mas, dizer que trabalhar como dona de casa é fazer parte integrante dos usos, costumes, hábitos, emoções e da vida das pessoas que convive, porque compartilha respostas, situações e problemas do cotidiano de todos. Segundo Nei Duclós, “Uma dona de casa... / Levanta histórias do passado / e descobre a natureza do pó / que invade a sala...”
Ser dona de casa é dominar um pouco de tudo, como o bom humor, a inteligência, a precisão, a competência, a compreensão, o carinho e o amor. Participar do dia a dia enfrentando as impertinências e, mesmo assim, detalhadamente, dar conta do recado; com o olhar acreditar, deduzir, presumir e adivinhar a graça da descoberta, da cumplicidade na busca da origem para desempenhar seu trabalho com estilo. Ainda em Duclós, “Uma dona de casa está atenta / com os faróis acesos / na escuridão da estrada...”
Acredito que a dona de casa captura a nossa alma e impressiona observar como ela se torna indispensável e importante em nossas vidas; mergulha na história familiar e é cúmplice do tempo, porque o vive como se ele fosse feito de questões envolventes em cada motivo, trazendo para perto as pessoas. Reaviva a consideração que faz sempre renovado o relacionamento.
Não são poucas as histórias sobre as donas de casa; a palavra é reconhecer e agradecer pela sua parceria no tempo e no coração; é quem relaciona a organização doméstica com a necessidade pessoal de aquecer a alma e proteger o lar. Vera Costa Vianna expressa, “Seus sonhos e a esperança, a fortuna, a beleza, / tudo fosse ilusão e não restasse nada, / E eu só tivesse a Ti, / ... Eu seria feliz!”


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